Monsters of Rock 2023 - Cobertura da sétima edição do festival - parte 02
- Antonella Lizzy
- 1 de mai. de 2023
- 6 min de leitura
Atualizado: 24 de mai. de 2023
Helloween
Eram quase 15:00 quando uma animação anunciava a chegada de uma das bandas mais aguardadas pelo público, o Helloween. O ícone do power metal estava a poucos minutos de subir ao palco e fazer a tradicional festa que é a sua apresentação, uma verdadeira bagunça colorida, que só quem já presenciou sabe como é.
O show começou com um problema técnico. A cortina que deveria cair nos primeiros segundos da apresentação precisou ser baixada e removida já com o grupo no palco e o mesmo ocupando as laterais do pano enquanto tudo se resolvia.
Tomando o palco, os alemães levantaram a plateia. Foram os primeiros a tirar gritos calorosos dos presentes, confirmando seu favoritismo.
O tempo era curto, fazendo com que o medley de Kai Hansen fosse reduzido, ficando apenas com “Ride the Sky” e “Heavy Metal (Is the Law)” e a clássica A Tale That Wasn’t Right também foi retirada do repertório, mas não desanimou o público que se mostrava bastante entusiasmado com a atuação da banda.Se aproximando dos 55 minutos, as primeiras notas de I Want Out começaram a ser ouvidas, significando que a algazarra protagonizada por Weikath, Hansen, Grosskopf, Kiske, Deris, Gerstner, Löble estava se encerrando, e os aguardados balões laranjas com o logo do Helloween caíram sobre o público fechando a apresentação. Apesar de pedidos para que a banda continuasse, Kiske apontou para o pulso para dizer que o tempo havia acabado.
Assim o Helloween se despediu do palco do Monsters, deixando aquele gostinho de “quero mais” e passando o bastão com maestria para os veteranos do Deep Purple.
Setlist
Guitar Solo (Sascha Gerstner)
Future World (Com "In the Hall of the Mountain King" de Edvard Grieg trecho de introdução de Kai Hansen, com solo de bateria)
Deep Purple
Já próximo ao cair da noite, o Deep Purple fez sua estreia na edição brasileira do Monsters of Rock. Abrindo as apresentações com o clássico Highway Star, os britânicos mostraram toda a sua experiência de mais de 50 anos de carreira, demonstrando garra e vitalidade. Com vários solos, (destaque para o guitarrista Simon McBride) os músicos apresentaram um vasto domínio dos instrumentos, algo que, obviamente, vai além de simplesmente saber tocá-los (e que também os ajudava a descansar um pouco durante a apresentação).
Ainda na linha dos solos, Don Airey, ao “brincar” com seu teclado, segurou uma nota mais aguda enquanto um garçom surgia para lhe servir uma taça de vinho, arrancando risos e aplausos da plateia, que oscilava entre momentos de euforia e tranquilidade.
Para a surpresa de quem a conhecia, a pouco lembrada “Anya” foi brilhantemente interpretada pelos músicos, deixando os amantes do Rock ‘n’ Roll surpresos com este presente.
Precedida pela instrumental “Space Truckin”, chegou a vez de “Smoke on the Water” levantar a plateia. A famosa canção que fez com que muitas pessoas conhecessem a banda (e que também já foi tocada em alguns episódios do seriado A Grande Família) fez com o público cantassem junto com os ingleses.
Mas ainda não era o fim. Embora o grupo tenha saído do palco, confundindo algumas pessoas, após alguns segundos eles voltam para finalizar o espetáculo, tocando Hush Black e Night e com direito ao um solo do baixista Roger Glover.
Sem dúvidas, a apresentação do Deep Purple foi memorável, um verdadeiro privilégio para quem assistiu. Mesmo com as limitações impostas pela idade dos integrantes e com um repertório provavelmente adaptado para essa realidade, a banda mostrou usar a energia que lhes resta fazendo o que amam fazer, estando onde ainda querem estar.
Setlist
Keyboard Solo (Incluindo trecho de Mr. Crowley e medley de música brasileira)
Encore:
14. Bass Solo
15. Black Night
Video feito por Antonella Lizzy
Scorpions
A penúltima atracão, o Scorpions, subiu no palco pontualmente às18:45, encarando um estádio lotado sendo uma maioria de fãs dos seus sucessores, o Kiss. Trazendo um repertório que misturava clássicos da carreira e músicas do disco novo, a banda manteve o setlist da Rock Believer Tour, que divulga o novo disco, algo bastante previsível.
Abrindo com Gas in the Tank (primeira faixa de seu disco mais recente), o grupo mostrou fazer jus ao título da música, e trouxe um show enérgico, fácil de encantar a todos. As performances impecáveis dos músicos e a voz inconfundível do carismático vocalista Klaus Meine, seduziu o público; E mesmo com integrantes na faixa dos 70, vitalidade era a palavra que definia os músicos.
O clímax do show veio com Bad Boys Running Wild, onde banda e público mostraram uma forte energia durante toda a música, mas foi Wind of Change e sua letra em homenagem à Ucrânia que trouxe um poderoso coro da plateia e uma grande emoção por parte de muitos.
Passada a comoção, é hora de voltar à euforia novamente com a provocante Tease me Please Me, também do álbum Crazy World, o que fez o público cantar alto, principalmente seu refrão.
Eis que chega uma das horas mais aguardadas da apresentação. O solo de Paweł Mąciwoda seguida da hipnotizante performance de Mikkey Dee, passível de fazer qualquer marmanjo pedir uma bateria de presente de aniversário.
Eis então que as luzes se apagam e sirenes são ouvidas. Só há uma razão para isso: a chegada de Blackout, a canção que foi inspirada em um peculiar acidente no apartamento de um hotel.
Após uma pequena pausa e pedidos para o retorno ao palco, mais uma vez os celulares estão com as lanternas ligadas para complementar Stil Loving You, a famosa e querida balada que rendeu, inclusive, nomes de crianças (SLY). Rock You Like a Hurricane foi a escolhida (e aguardada) para fechar a décima passagem do quinteto pela capital paulista.
Embora não fosse uma banda de abertura, o Scorpions agindo direta ou indiretamente complementou com maestria o show Kiss, a última atração do festival.
Setlist
Encore:
16. Still Loving You
Kiss
Chegando a última atração do festival e também a mais aguardada, o Kiss trouxe a End of the Road World Tour. Com 2 horas de espetáculo, a banda começou sua performance com o vídeo onde mostra Doc McGhee conduzindo os músicos do camarim até o palco e, logo após o anuncio, os maquiados sobem ao palco, abrindo sua apresentação com Detroit Rock City, seguida por Shout It Out Loud e Deuce, fazendo o exausto público presente desde a manhã de sábado recuperar as energias e curtir o show como se fosse o primeiro.
No palco a banda se mostrava bastante icônica, com suas tradicionais fantasias e maquiagens (e com algumas reboladas de Paul Stanley), fascinando um público que incluía pessoas de várias faixas etárias, principalmente crianças, onde era notável vê-las como camisetas e maquiagem relacionadas ao quarteto nova-iorquino, além de cantarolar as canções apresentadas.
Um destaque que não tem como passar em branco foi o solo de Tommy Thaler e Paul Stanley, onde as guitarras pareciam estar conversando.
O final se aproximava, sendo anunciado pela clássica cena de Gene Simons cuspindo sangue enquanto “brincava” com seu baixo.
Seguindo para outro clássico das apresentações do grupo, Paul Stanley usou sua icônica tirolesa para atravessar a pista e aterrissar em um palco improvisado para assim tocarem Love Gun e I Was Made For Lovin’ You.
A chuva de papel picado e serpentinas confirmava a última música da noite, que não poderia deixar de ser Rock and Roll All Nite. Para fechar com chave de ouro, tanto o festival quanto a apresentação da banda, Paul Stanley quebra sua guitarra dourada no palco, trazendo um sentimento de excitação e desespero a qualquer amante de música.
Setlist
I Love It Loud (Gene cospe fogo)
Guitar Solo (Tommy Thayer)
Love Gun (Paul no segundo palco)
I Was Made for Lovin' You (Paul no segundo palco)
Encore:
21. Beth (Eric no Piano)
22. Do You Love Me
E assim foi a sétima edição do Monsters of Rock, um festival que trouxe bandas que fizeram jus ao seu nome, músicos que se destacavam em cada apresentação, deixando todos com saudades e já se perguntando quando será a próxima, enquanto se retiravam do estádio ao som de God Gave Rock'n'Roll to You, mais um hino da última atração. Definitivamente, inesquecível!
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